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Óbidos



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Óbidos é uma das cidades paraenses tidas como "irmã" de Portugal. No continente europeu existe, também, um lugar conhecido como Vila de Óbidos, a 95 km de Lisboa. Além da herança do nome, a cidade de Óbidos do Pará herdou tradições dos colonizadores portugueses. As ruas estreitas e ladeirosas, as mercearias de esquina e os amplos sobrados e casarios que datam do século XVII, XVIII, XIX e XX são alguns dos retratos de Portugal em plena Amazônia. A cidade, está localizada na parte mais estreita e profunda do Rio Amazonas.
As ruas de Óbidos é uma recordação do passado. Cada um de seus monumentos conta um pouco da história da cidade, fundada por volta de 1697. O Forte Pauxis, símbolo da fundação do município, é um desses prédios históricos. Exatamente onde existia uma tribo de índios Pauxis, foi erguido o forte que pode ser avistado por aqueles que chegam de barco à cidade. O ponto era estratégico para a consolidação do domínio português na Amazônia, pois é ali a parte mais estreita do Rio Amazonas (1,8 km) e mais profunda também (cerca de 75 m).
A partir da construção do forte, qualquer embarcação que por lá passasse era intimada a parar, para a cobrança do dízimo, devido à Coroa Real Portuguesa. Do Forte Pauxis é possível ainda avistar a Serra da Escama, onde foi erguida a Fortaleza Gurjão, construída para guarnecer e defender a região dos invasores. Além do fator histórico, a serra, com sua floresta ainda intocada, é uma excelente opção para os amantes de aventura.
Outro importante símbolo de valor histórico para o município é o Quartel do Exército onde serviu o tenente, Leônidas Cardoso, pai do ex-presidente, Fernado Henrique Cardoso, após o movimento do Tenentismo.  Sua construção em 1909 e foi tombada em 1998 pelo Governo do Estado como Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural.
A Igreja de Nossa Senhora de Sant´Ana é outro marco da colonização religiosa portuguesa em Óbidos. Por influência dos religiosos dos Capuchos da Piedade, irmandade vinda da cidade do Porto para catequizar os índios Pauxis, a santa foi escolhida como protetora da região e para ela foi erguida uma igreja em fevereiro de 1827. Também para homenageá-la é realizado, todos os anos, no segundo domingo do mês de julho, o Círio de Sant´Ana. O evento reúne centenas de romeiros da cidade e de municípios vizinhos.
A Capela do Bom Jesus, erguida na parte mais alta da cidade, nasceu de uma promessa dos obidenses e foi testemunha de um dos episódios históricos mais importantes da Amazônia: a Cabanagem, movimento ocorrido entre 1831 e 1840, deixando milhares de mortos. Os cabanos chegaram na cidade depois de tomar Santarém, Monte Alegre e Alenquer, cidades vizinhas ao município. Em Óbidos, eles tiveram permissão de desembarcar depois de se anunciarem como "amigos", porém, na calada da noite, tomaram o Forte e se apossaram de armas. Houve saques e assassinatos. Sob o comando do Padre Raimundo Sanches de Brito e de seu irmão, também religioso, Antônio Manuel Sanches de Brito, os rebeldes foram expulsos. Como promessa, os obidenses decidiram erguer a capela para que a cidade fosse poupada de novos ataques cabanos.
Os casarios no estilo português, também estão no histórico da cidade, alguns localizados nas esquinas, servem de comércio, outros mantidos como residências. Por causa de suas edificações de origem lusitana, a região é considerada a mais aportuguesada na linha do Equador.
A história de Óbidos está nas ruas, em painéis espalhados por prédios históricos. É o Museu Contextual, uma idéia da Secretaria Executiva de Cultura do Estado, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Pará. Na fachada dos principais monumentos da cidade há um painel com informações que narram a importância de cada um deles. São relatos sobre a construção, os proprietários e seus moradores, além de outros fatos relevantes.
O município de Óbidos pertence à mesorregião do Baixo Amazonas e à microrregião Óbidos.
A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 01º 54` 00" de latitede sul e 55º 31` 00" de longitude a Oeste de W Greenwich.
Limites
Ao Norte - Município de Oriximiná
A Leste - Municípios de Almeirim , Alenquer e Curuá
Ao Sul - Município de Santarém
A Oeste - Municípios de Juruti e Oriximiná

Óbidos e as enchentes de 1953, 2009 e 2012

Fotos cedidas por Edilamar Aquino
As três maiores enchentes do Rio Amazonas, segundo a Agência Nacional das Aguas – ANA, que monitora o nível das águas da Bacia Amazônica desde 1902, foram a de 1953, 2009 e atualmente a de 2012.  Acompanhando e informando as dificuldades que os ribeirinhos estão vivendo, que Tornou-se na maior enchente dos últimos 110 anos.


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1953

Os mais antigos, que vivenciaram a enchente de 1953, dizem que na época foi pouco divulgada, diferentemente  da época atual, amplamente divulgada pela internet, mas que ainda recordam “da grande enchente de 53”, em Óbidos. Os desavisados ribeirinhos, moradores da várzea, tiveram grandes prejuízos e conversando com as pessoas que presenciaram essa enchente, falam das grandes dificuldades.
Célio Simões, referindo-se a enchente de 1953, em seu texto “O Drama da Cheia”, comenta: “Já bastava a lembrança da descomunal cheia de 1953, que de uma chuvinha besta virou um toró de mais de um mês, inundou os tesos, devastou os rebanhos e fez caboclo virar pedinte na cidade.”
Dona Eliana Albuquerque, que vivenciou a enchente de 1953 no Lago Grande, comentou que as dificuldades eram enormes, principalmente porque naquela época, não receberam ajuda nenhuma do poder público, tinham que se virar sozinhos, com ajuda dos vizinhos. Não muito diferente dos dias atuais, tiveram que levantar o assoalho de suas casas, fazer maromba para o gado e sustentá-los. O capim era rebocado em touças, puxados por um “Bolinete”, uma espécie de carretilha para puxar a corda, que tinha na ponta um grande gancho, para engatar no capim. Esse capim era o que alimentava o gado durante a enchente. Mesmo assim, houve muito prejuízo. “Era muito difícil, só Deus ajudou a gente”, comentou D. Eliana.


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2009

Ocorreu a grande enchente. Esta enchente, que atingiu, em Óbidos, o nível de 8,60 m, afetou diretamente os moradores das várzeas e da cidade. As águas do rio Amazonas invadiram as casas dos ribeirinhos fazendo com que muitos migrassem para a cidade ou para as terras-firmes. Muitos, resistiram, permaneceram em suas residências, construindo novos assoalhos (conhecido como maromba), apesar de toda dificuldade.
Na cidade de Óbidos, muitas pontes e marombas foram construídas para que a população pudesse circular pelas ruas que margeiam o Rio Amazonas.

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2012 

A enchente de 2012, nesta quinta feira (17), atingiu a marca de  8,42m, segundo a dados da ANA, se igualando a marca de 2009 na mesma época. Portanto já se transformou numa das maiores enchentes do século. Apesar do estado de emergência decretado pela Prefeitura de Óbidos e homologado pelo Governo Federal, a ajuda ainda é muito tímida, principalmente para o povo do interior, que mais necessitam. Muitas famílias continuam sem receber qualquer apoio do poder público.


Fonte: Chupa Osso.

ÓBIDOS: Contexto Histórico


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Região do pólo, descreve aspectos históricos ligados a origem da civilização humana, por meio de sítios arqueológicos e estruturas rupestres, aos primórdios da colonização portuguesa.
Situada no noroeste do Estado do Pará, Óbidos é banhada pelo rio Amazonas, o maior em extensão e volume d’água, zona fisiográfica do Baixo – Amazonas.
Antes de 1600, a região esquerda da “Garganta do Amazonas”, onde a largura do rio é de 1.892 metros, a parte mais estreita do rio Amazonas, com uma profundidade de 75 metros em seu leito normal, chegando a 132 metros na época da cheia, podendo variar. Era habitada pelo povo indígena Pauxis.
Foi registrada pela primeira vez por Orellana com os seguintes dados: cerca de 8 (oito) milhas abaixo da embocadura do Rio Trombetas.
Em 1637, durante a expedição de Pedro Teixeira confirmou a localização geográfica e a necessidade de que fosse construído um Forte, que garantisse o domínio Português.
Em 1697, o Capitão – General Antônio de Albuquerque Coêlho, no início da exploração da Bacia Amazônica, ao ultrapassar o estreito canal do grande rio, ordenou para que Manoel da Mota Siqueira, abandonasse a idéia de construção da fortaleza em Itaqui, conforme plano oficial, por concluir que aquele era o local a posição fortificada, de excelente estratégia para a defesa do Estado, e nessa mesma época os frades capuchos da Piedade, juntamente com os índios do Rio Trombetas fundaram a Aldeia Pauxis, sendo este o nome da Fortaleza erguida. O Forte tornou-se então, o marco histórico do Domínio Português na Amazônia e símbolo maior para a região e da supremacia desse domínio.
O maior testemunho da presença missionária no Arapucu, é uma Capela que encontra-se em ruínas que tinha como padroeira Nossa Senhora da Conceição. A Aldeia se desenvolveu sob o comando dos Frades, enquanto o Forte, apesar de uma guarnição e seu importante marco militar, ficou sempre na sua construção primitiva.
Segundo Ferreira Pemma, a palavra PAUXIS, se deriva de Espaua – chuy, “Espaua”, na língua geral quer dizer, “Lago”, portanto “Lago dos Pauxis”, segundo Mareg, é mito brasiliense ou ourax – mito, para nós da Amazônia conhecido como Mutum, ave de plumagem negra que deu nome as tapuias existentes na aldeia que acabava de ser fundada.
Em 1758, a Aldeia é elevada a categoria de vila, passando a ser chamada de Óbidos, em homenagem à cidade portuguesa homônima. Mendonça Furtado, governador da Amazônia, irmão do Marechal Marquês de Pombal, uniu à Aldeia Pauxis, mais duas aldeias indígenas, dois Frades da Piedade do Trombetas, com a finalidade de torná-la mais populosa, fazendo parte dessa população negros escravos, brancos portugueses e frades...
Em 1787, foram transferidos para a Vila de Óbidos todos os habitantes de Arcozelo, antiga missão “Missão Curuá”, hoje Vila Curuá, no município de Alenquer. Já em 1854, Óbidos recebeu o nome de cidade.
Em 1906, reconhecida a insuficiência da antiga Fortaleza de Óbidos, nomeou-se uma comissão, aos comandos do então Major Engenheiro Manoel Luiz de Melo Nunes, para tratar da defesa geral do Rio Amazonas, denominada posteriormente de “Defesa Gurjão”, construída em um dos cabeços da Serra da Escama, cerca de 81 metros acima dos níveis médios das águas, a margem esquerda do Rio Amazonas, num setor de 27 metros do canal, ponto mais estreito do referido rio e a enseada formada pelo flanco esquerdo da Serra e a cidade de Óbidos. Trata-se de uma bateria mascarada a céu aberto, com 4 canhões “Armistrong”.
Em 1909, projetado pela Comissão Construtora da Vila Militar da Capital Federal, construído em terreno próprio, um pouco abaixo da Antiga Fortaleza de Óbidos, foi inaugurado o
Quartel General Gurjão; Ao fim da Segunda guerra mundial, reduziu-se a uma companhia de infantaria, mantendo-se até 1967, ano em que foi extinta toda a ação militar. Depois ficou abandonado e sujeito a ação do tempo. Foi restaurado e revitalizado no ano de 2000 pelo Governo do Estado e pela SECULT, hoje funciona a Secretaria de Cultura, Turismo e Meio Ambiente –SECTUMA – é a atual “CASA DA CULTURA” de Óbidos.
Em 1924, seus filhos lutaram para que tivessem um representante eleito pelo povo, não faltando à luta em 1932, em defesa da Constituinte. O município é sede de Comarca Constituída de dois termos: Óbidos e Juruti, criada através da Lei estadual nº 520, de 27 de setembro de 1867.
Em 1944, em frente ao Quartel foi inaugurado o Estádio General Rego Barros.
Hoje mantém um museu Integrado e um Contextual a céu aberto, que conta sua história através de painéis fixados na faixada dos principais prédios, entre eles: Os Fortes, Pauxis e Gurjão, o Quartel, e as Igrejas de Sant’ana, Lourdes e do Bom Jesus.
Cidade rica em sua cultura popular, onde são manifestadas no artesanato, danças, e no peculiar carnaval obidense o “CARNAPAUXIS”, uma verdadeira maratona com blocos e foliões que percorrem a cidade durante os primeiros dias do ano até a Quarta-feira de cinzas.
Esta é portanto, em resumo a história de Óbidos, município de segurança nacional, devido sua posição estratégica.
* Fundação de Óbidos (Aldeia Pauxis):
02 de outubro de 1697.
* Elevação a Categoria de Vila:
25 de março de 1758
* Elevação a categoria de Cidade:
02 de outubro de 1854.
Fonte: Secretaria de Turismo de Óbidos

Óbidos Ontem e Hoje

 
 Fortaleza Pauxis

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A direita a Igreja do Bom Jesus, e a esquerda Predio da Prelazia de Óbidos
Fev(1985) Fonte: Museu Integrado de Óbidos

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Forum Juiz Abdias de Arruda, Ano 2009 Fonte: Arquivo Pessoal

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Museu Integrado de Óbidos (Ano 2007) Fonte: Museu Integrado

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 Frente da Cidade Anterior ao Aterramento 06/08/1950
(Mercado Municipal e Direita o Galpão do Antigo Trapiche) Fonte: Museu Integrado

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Vista da Frente Antes ao Aterramento. Porto de Óbidos Decada de 50
(Navios Ancorando) Fonte: Museu Integrado

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Vista da Frente Antes ao Aterramento. Porto de Óbidos
(Navios Ancorando) Fonte: Museu Integrado 

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Frente da Cidade, posteriormente ao Aterramento. Acima: Forte Pauxis. Abaixo Conjunto Edificações e o Porto de Barcos. Fonte Museu Integrado

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A esquerda a Residencia do Integrante Correa Pinto, A direita Colegio São Jose
Fonte: Museu Integrado

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Antiga Rua Bacuri, que foi Marechal Deodoro e hoje se Chama Deputado Raimundo Chaves
Fonte: Museu Integrado

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Na Epoca da "Belle Epoca" - Periodo Aureo da Borracha (Em Destaque Navio Obidense)
Que Fazia Viagens Para a Europa. Fonte: Museu Integrado

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Vista Aerea da Cidade (2006) Fonte: Museu Integrado

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