O advogado Celso Vilardi, que atua junto com o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, na defesa do empresário Thor Batista, 21, acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar), afirmou nesta sexta-feira (11) que "houve contato direto" entre o Ministério Público e o perito do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli)
Hélio Martins Júnior, responsável pelo laudo que indica que o réu dirigia a 135 km/h quando atropelou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, 30, na rodovia Washinton Luiz (BR-040), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense --o limite da via é de 110 km/h.
"O problema é que houve um contato direto entre a promotora e o perito. (...) Eles [Ministério Público] já tinham esses dados e, como não tivemos acesso, nossos assistentes não puderam contradizer. Não seria válido", afirmou Vilardi. Nesta sexta-feira (11), a Justiça oficializou uma liminar concedida pela 5ª Câmara Criminal que suspende temporariamente o processo por homicídio culposo. Na versão do advogado, a decisão é válida até o julgamento do pedido de habeas corpus protocolado pela defesa, que deve ocorrer nos próximos 30 dias.
A defesa de Thor Batista, filho do bilionário Eike Batista e da ex-modelo Luma de Oliveira, questiona a metodologia utilizada pelo perito da Polícia Civil do Rio para aferir a velocidade da Mercedes-Benz SLR McLaren conduzida pelo jovem no momento do acidente.
"Independentemente do contato com o MP, há o fato de que esse documento foi entregue no último momento do processo. Questionamos os cálculos que o perito fez para chegar a essa velocidade", explicou Vilardi.
De acordo com o advogado, ao julgar o pedido de habeas corpus, a Justiça avaliará se o laudo é efetivamente válido --até lá a consultoria pericial contratada pela defesa terá tempo de avaliar os cálculos-- ou se vai manter a decisão favorável ao filho de Eike Batista. Na versão dos representantes do réu, Thor dirigia com velocidade inferior a 110 km/h.
Liminar
A 5ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro concedeu uma liminar (decisão provisória) nesta sexta-feira (11) que suspende o processo por homicídio culposo (sem intenção de matar) ao qual responde o empresário Thor Batista, 21, filho do bilionário Eike Batista.
Segundo o texto da liminar deferida pelo desembargador Antônio Carlos Bitencourt, a defesa de Thor "tem razão" em alegar comprometimento do "exercício da ampla defesa", já que houve, na visão do magistrado, violão ao direito à prova e contraprova.
O atropelamento
Wanderson Pereira dos Santos, 30, atravessava um trecho da rodovia Washington Luís empurrando uma bicicleta quando foi atingido pelo veículo conduzido pelo réu, que dirigia a 135 km/h --o limite de velocidade da via é de 110 km/h. Santos morreu na hora.
O Ministério Público denunciou Thor à Justiça no dia 16 de maio deste ano. Caso condenado, o empresário poderá cumprir de dois a quatro anos de prisão em regime semiaberto ou aberto. A denúncia foi assinada pelo promotor Marcus de Sá Siqueira, da 6ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Duque de Caxias.
Fonte: Uol
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