
Sespa divulgou laudo de exames de funcionários de hospital de Curuçá
Pará - A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou nesta quinta-feira (13) o resultado dos exames realizados nos funcionários do hospital municipal de Curuçá, no nordeste paraense.
De acordo com o laudo oficial, eles tiveram uma intoxicação química.
Segundo os exames apresentados pela Sespa, a possibilidade de uma infecção foi descartada, seja por vírus, fungo ou bactéria. Trinta e dois pacientes se submeteram a exames de sangue, fezes e urina no último mês de novembro.
O resultado dos exames, feitos pelo Instituto Evandro Chagas e do Laboratório Central da Universidade Federal do Pará (Ufpa), apontou a presença de tiocianato de amônia no organismo dos pacientes, o que, segundo a Sespa, indica um quadro de intoxicação química.
“Os funcionários do hospital de Curuçá tiveram contato com um produto químico, que estava com a validade vencida e que estava com o conteúdo vazando do frasco.
Além disso, [os funcionários] estavam em uma sala administrativa inadequada, com papeis administrativos em que os funcionários utilizavam estes papeis pra uso rotineiro de trabalho”, explica a infecciologista da Sespa, Helena Rígido
O secretário estadual de saúde, Hélio Franco, garante ainda que não há possibilidade de transmitir a intoxicação.
Desde o fim de novembro, servidores do hospital do município e parentes dos funcionários, apresentaram sintomas como dores no corpo, irritação nos olhos, sangramento e cansaço. A Sespa reconheceu a gravidade do quadro clínico dos pacientes e afirmou que todos vão receber tratamento.
“Existe um antídoto, onde nós vamos iniciar a administração desses medicamentos, para que logo estejam disponíveis para o uso dos pacientes, porém, não há necessidade de todos os pacientes tomarem a medicação.
Eles serão avaliados por um critério rigoroso, para o bem de todos eles”, destaca a infecciologista Helena.
Ainda de acordo com a Sespa, o hospital de Curuçá reabriu nesta quinta-feira (13), mas uma equipe da secretaria permanece no município para fazer uma reavaliação da estrutura física do prédio. Todos os 32 funcionários que contraíram a intoxicação já tiveram alta.
Entenda o caso
No dia 26 de novembro, uma reportagem da TV Liberal mostrou que dois servidores do Hospital de Curuçá já estavam internados e outros 10 já apresentavam sintomas como dores no corpo, irritação nos olhos e indisposição.
Eles denunciaram que se sentiram mal depois do contato com um produto químico usado em aparelhos de raio x. A Secretaria de Saúde do Estado descartou a suspeita de contaminação por material radioativo.
Há relatos de que o material usado para radiografias teria derramado em uma sala, foi feita uma limpeza com um pano e esse mesmo pano teria sido usado em outras alas do hospital. “Esse produto é muito importante, ele contém tiossulfato e tiocianato de amônia, produto corrosivo, tóxico.
Ele pode ter causado esse quadro respiratório e hemorrágico", explica a infectologista Helena Brígido.
Três dias depois, cinco técnicas de enfermagem do hospital de Curuçá foram até Belém colher amostras de sangue. As investigações apontavam para a possibilidade de uma contaminação por vírus, entre eles, o H1N1. O resultado dos exames ainda não foi divulgado.
Na última sexta-feira (30), o quadro de alguns pacientes se agravou. Duas pacientes foram transferidas para Belém. Uma delas sentia muitas dores e a outra estava com os dedos atrofiados e dizia que não sentia as pernas. No domingo, o parente de uma dessas pacientes informou que ele recebeu dos médicos a informação de as duas já haviam apresentado melhoras.
Fonte: G1 PA
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